No início dos anos 1990, Vasarely retomou algumas de suas investigações clássicas por meio de colaborações com editoras internacionais. Entre elas, destaca-se a série TSIGA/BIGA, publicada pela Circle Fine Art Corporation, uma das maiores distribuidoras de arte contemporânea da época.

Essa série é composta por seis edições distintas criadas a partir das mesmas 13 matrizes serigráficas, cada uma diferenciada por sua paleta cromática. As três edições intituladas TSIGA utilizam tons predominantemente lilases, enquanto as BIGA são marcadas por composições amarelas.

Todas as edições foram impressas no Atelier Silium, em Paris, sob supervisão de Robert Zussau, chefe de estúdio de Vasarely. As obras foram inspecionadas e assinadas manualmente pelo artista, e, ao final do processo, as matrizes utilizadas foram destruídas, garantindo a exclusividade das tiragens.

Estas duas edições exemplificam perfeitamente a sofisticação formal e o rigor visual característicos do artista. A obra apresenta uma forma esferoidal central que, através de uma rede vetorial precisa, parece pulsar entre o plano e a tridimensionalidade. O efeito óptico gerado convida o espectador a experimentar ativamente a obra, conforme o olhar se desloca sobre a superfície.

A obra é um exemplo maduro da produção tardia de Vasarely, na qual ele refina a linguagem construtiva desenvolvida desde os anos 1950. TSIGA III traduz em escala precisa o seu interesse pela estrutura, programação e serialidade, temas centrais de sua obra e fundamentais à arte cinética e óptica do século XX.